quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A mais-valia não acabou, Seu Claudionor

Montagem de "A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar", de Oduvaldo Viana Filho; Rio de Janeiro, 1960





Eu lia 

PRAVDA
Eu lia 

GRANMA
hoje na ex-querda
Só uso 
PRADA
Eu quero 
GRANA



.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Hora do Brasil [ * ]

affiche maio 68


[ * ] Letra: Arturrui Ruiz e Raul Motta
Gravação: Hátila e os Unos


A incompetência generalizada
Agora é civil
A esquerda quem diria
Endireitou o Brasil
Como disseram franciscoleonardomarilena
Tudo vale a pena quando a alma se apequena
Corrupção sempre existiu
Vence na vida quem diz sim
300 picaretas é coisa do passado
Bandido bom é bandido aliado

E nós queremos
Sempre mais
Do mesmo
Mais e mais
Sempre mais
Do mesmo
[refrão]

A vida inteira
Eu andei na contramão
Lutei acreditei
No fim da opressão
Mas os heróis não morreram de overdose
Aceitaram a esclerose
Agora jogam o jogo do sistema
Socialista ou socialite
Onde está a diferença?

E nós queremos
Sempre mais
Do mesmo
Mais e mais
Sempre mais
Do mesmo
[refrão]

Ideologia eu quero uma pra vender
Cooptado ou resistir até vencer?
Nunca antes neste país
O poder foi tão feliz
A mentira a um palmo do nariz

E nós queremos
Sempre mais
Do mesmo
Mais e mais
Sempre mais
Do mesmo
[refrão]

domingo, 4 de outubro de 2009

PÔlítica


um outro [concurso de miss] mundo é possível!

hay que endurecerse, pero...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ainda atual


Sobre o Construtivismo

O Construtivismo, movimento artístico que se originou na Rússia, rejeitava a idéia da ‘arte pela arte’ em favor de uma arte com objetivos sociais. Apesar de não ter desaparecido completamente, o Construtivismo teve seu período áureo entre 1917 e 1934, sendo abafado pelo surgimento do Realismo Socialista. Foi somente depois da Revolução Socialista de 1917 que os artistas russos começaram a chamar seus trabalhos “construções” e eles mesmos de “construtivistas”. Esse termo foi cunhado pelo Primeiro Grupo de Trabalho dos Construtivistas, criado em março de 1921 no Inkhuk (Instituto de Cultura Artística), em Moscou, e que contava entre seus fundadores o casal Alexander Rodchenko (1891-1956) e Varvara Stepanova (1894-1958) – autores do manifesto aqui traduzido.
O Grupo se dedicava a promover os valores do comunismo por meio do que consideravam áreas mais “produtivas” ou “construtivas” que englobavam o design, a arquitetura e a propaganda de agitação (ou AgitProp). O termo “Construção” se vinculava à idéia do uso da tecnologia e da engenharia. Por conseguinte, se caracterizava pela economia de materiais, precisão, clareza de organização e ausência de elementos decorativos ou supérfluos. Para obter a qualidade de “construção” que almejavam, os artistas renunciaram à mera abstração em prol de um trabalho no qual incorporavam materiais industriais.
A urgência para criar objetos tridimensionais de utilidade social resultou em diversos projetos para estruturas temporárias como quiosques portáteis ou desmontáveis. Em 1925, Rodchenko desenvolveu projeto para um Clube dos Trabalhadores, apresentado na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, que ocorreu em Paris. Os Clubes de Trabalhadores eram vistos como instituições novas e importantes tanto do ponto de vista político, por inculcarem os novos valores do comunismo, como dos pontos de vista educacional, cultural e social – como substitutos para o tradicional papel da Igreja. Rodchenko padronizou elementos do mobiliário e observou estrita economia em termos de espaço, materiais e métodos de produção. Também na área gráfica, os Construtivistas criaram trabalhos inovadores. Rodchenko, por exemplo, concebeu layouts e capas para revistas de vanguarda como Kino-fot (1922), Lef (1923-5) e Novy Lef (1927-8), criou também cartazes de cinema e imagens de propaganda que tiveram ampla circulação. Esses trabalhos geralmente compreendiam fotomontagens combinadas com uma tipografia expressiva e elementos geométricos e abstratos. A fotografia, resultado de um processo mecânico, se adequava perfeitamente às preocupações construtivistas com a tecnologia e eram, também, a ponte ideal para a preferência declarada do Partido Comunista por imagens realistas, legíveis e acessíveis às massas.
No final dos anos 1920 e início de 1930, as artes, na URSS, passaram a sofrer um crescente controle do Estado, o que levou à imposição do realismo socialista como diretriz artística. Os construtivistas não saíram totalmente de cena e continuaram a trabalhar em projetos de cartazes e exposições, nos quais a fotomontagem era vista como uma arma eficiente de propaganda comunista.
O construtivismo nasceu a partir dos ideais da Revolução, mas acabou por se tornar vítima do sistema político do qual emergiu. Rodchenko & Popova: defining constructivism Em tempo, a galeria Tate Modern de Londres promoveu de 12 de fevereiro a 17 de maio deste ano a exposição Rodchenko & Popova: defining constructivism. Entre os projetos expostos de pintura, trabalhos gráficos, esculturas e propaganda – espalhados por 12 salas, a Tate exibiu uma recriação do espaço, projetado por Rodchenko, do Clube dos Trabalhadores (1925).

Marcello Montore
http://www.agitprop.vitruvius.com.br/repertorio_det.php?codeps=MjM

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Programa do primeiro grupo de trabalho dos construtivistas: Alexander Rodchenko e Varvara Stepanova, 1922


O Grupo dos Construtivistas se propôs a tarefa de encontrar a expressão comunista das estruturas materiais.
Ao lidar com sua tarefa, o grupo insiste na necessidade de sintetizar o aspecto ideológico com o formal, para uma transposição real do trabalho em laboratório para o campo da atividade prática.
Por essa razão, no momento do seu estabelecimento, o programa do Grupo em seu aspecto ideológico afirma que:
1. Nossa única ideologia é o comunismo científico baseado na teoria do materialismo histórico.
2. A interpretação teórica e a assimilação da experiência da construção Soviética deve impelir o Grupo para se desviar de uma atividade experimental ‘removida da vida’ para uma experimentação real.
3. Para dominar a criação de estruturas práticas de modo realmente científico e disciplinado, os Construtivistas estabeleceram três disciplinas: tectônica, faktura e a construção.
A. Tectônica ou o estilo tectônico é moderado e formado de um lado a partir das propriedades do comunismo e de outro a partir do uso adequado dos materiais industriais.
B. Faktura é o estado orgânico do material trabalhado ou o novo estado resultante do seu organismo. Por isso, o Grupo considera que a faktura é material conscientemente trabalhado e usado adequadamente, sem tolher/impedir a construção ou restringir a tectônica.
C. Construção deve ser compreendida como a função organizacional do Construtivismo.
Se a tectônica compreende a relação entre o ideológico e o formal, que dá unidade à prática do design, e a faktura é o material, a construção revela o processo dessa estruturação.
Assim, essa terceira disciplina é a disciplina da realização do design por meio do uso do material trabalhado.
O Material. O material como substância ou matéria. Sua investigação e aplicação industrial, propriedades e significado. Além disso, tempo, espaço, volume, plano, cor, linha e luz são também materiais para os Construtivistas, sem os quais eles não podem construir estruturas materiais.
As tarefas imediatas do Grupo.
1. Na esfera ideológica:
. Provar teórica e praticamente a incompatibilidade da atividade estética com as funções da produção intelectual e material.
. A participação real da produção intelectual e material como elementos iguais na criação da cultura comunista.
2. Na esfera prática:
. Publicar uma declaração.
. Publicar um jornal semanal, VIP (Vestnik Intellektual’nogo Proizvodstva; The Herald of Intellectual Production; O Arauto da Produção Intelectual).
. Imprimir livros e folhetos sobre questões relacionadas às atividades do grupo.
. Construir projetos[1].
. Organizar exposições.
. Estabelecer ligações com todos os conselhos e centros de produção da máquina unificada Soviética, a qual, de fato molda e produz as formas emergentes do modo de vida comunista.
3. Na esfera da agitação.
. O Grupo declara uma guerra descompromisada com a arte.
. Ele declara que a cultura artística do passado é inaceitável para as formas comunistas das estruturas Construtivistas.

.
NOTA:
[1] No original: “To construct designs”. O termo design apresenta alguma dificuldade na transposição para a língua portuguesa, uma vez que indica tanto a atividade profissional do designer/desenhista industrial ou gráfico, quanto o projeto propriamente dito (N.T.).

Texto extraído de:
HARRISON, Charles; WOODS, Paul. Art in Theory 1900-1990: an anthology of changing ideas. Oxford: Blackwell, 1992.

Tradutor: Marcello Montore
Fonte:
http://www.agitprop.vitruvius.com.br/repertorio_det.php?codeps=MjM